terça-feira, 8 de março de 2011

O Arquétipo da Mulher Selvagem


Gostaria de aproveitar o Dia Internacional da Mulher para postar um pequeno trecho de um trabalho que desenvolvi no Congresso Brasileiro de Arteterapia de 2010,onde abordei o Arquétipo da Mulher Selvagem.

A autora Clarissa Pinkola Estés, no livro - MULHERES QUE CORREM COM LOBOS – faz uma comparação das mulheres com os lobos, em função de algumas características que ambos têm em comum, como: a percepção aguçada, o espírito brincalhão, a intuição, o instinto de proteção à matilha, e a grande resistência e coragem. Fala também que a espécie dos lobos foi perseguida assim como as mulheres por “aqueles” que se denominam donos do poder, e por aqueles que acreditavam que essas espécies poderiam ser uma ameaça.
(...) as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes excessivamente agressivos e de terem menor valor do que seus detratores ( PINKOLA, 1994, p. 16).

Com esse olhar, podemos dizer que a natureza da mulher foi reprimida e que hoje ainda as mulheres sofrem, por perderem a sua essência, o seu real valor. Lutamos por igualdade, mas, além disso, o que temos que fazer é mostrar que realmente somos diferentes, com qualidades e características específicas da nossa espécie.

Desta forma é que surge a importância de trabalhar o Arquétipo da Mulher Selvagem, pois, através desse resgate, a mulher volta a reconhecer suas qualidades inatas de sábia, visionária, inspiradora, criadora, inventora, ouvinte e guia, que estimula e sugere, que torna a sua vida mais vibrante, tanto no mundo interior como no exterior. Ao contrário disso, quando a mulher não vive seu arquétipo de Mulher Selvagem, ela se sente insegura, tímida, confusa, impotente e infeliz.

Para realizar esse trabalho de resgate interno, do arquétipo feminino, com base nesse livro, foi utilizado o valor simbólico de diversas histórias, representando como e de que forma a mulher deixa a sua chama interna e o seu impulso natural de vida apagar-se. Visto que, as histórias são como bálsamos medicinais que agem em nós e, sem que se queira, percebe-se seu efeito. Revivemos nosso ser interno através da imaginação, da crença, do sonho, do devaneio e da realidade, ressignificando o que é fundamental, deixando vir à tona o que estava adormecido no inconsciente.

A Mulher Selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela dispõe do remédio para todos os males. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino ( PINKOLA, 1994,p.26).

Histórias como: “O Barba Azul”, “A Boneca no Bolso: Vasalisa, a sabida”, “O Patinho Feio” e “Os Sapatinhos Vermelhos” são apenas algumas das 19 histórias do Livro, que fazem emergir o que é único e exclusivo da mulher, trabalhando um processo de vida-morte-vida, ou seja, a mulher revive e resgata o que foi reprimido, expressando novamente o seu potencial. Assim, cada história relata questões distintas e de grande significado para a mulher.

E recomendo para todas as mulheres a leitura um dia deste livro: Mulheres que Correm com Lobos, acredito que todas nós de uma forma ou outra iremos se identificar com ele.
FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!!